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PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA: PAPEL DO NT-PROBNP
(especial para SIIC © Derechos reservados)
Autor:
Susana Ferreira
Columnista Experto de SIIC

Institución:
Hospital São João

Artículos publicados por Susana Ferreira 
Coautor Susana Ferreira* 
Medical Doctor, Hospital São João, Porto, Portugal*


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Aprobación: 11 de diciembre, 2007
Conclusión breve
Nos doentes internados por insuficiência cardíaca, o NT-proBNP na data de alta e a sua variação durante o internamento são factores de prognóstico independentes. Níveis séricos mais elevados e uma diminuição inferior a 30% associam-se a maior número de re-internamentos ou morte de causa cardiovascular, nos seis meses após a alta.

Resumen



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Especialidades
Principal: CardiologíaMedicina Interna
Relacionadas: Atención PrimariaDiagnóstico por LaboratorioEnfermeríaEpidemiologíaGeriatríaMedicina Familiar

Enviar correspondencia a:
Susana Ferreira, Hospital São João Serviço de Medicina - Unidade 2, 4200, Porto, Portugal



PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA: PAPEL DO NT-PROBNP

(especial para SIIC © Derechos reservados)
Artículo completo
A insuficiência cardíaca é uma das principais causas de internamento, sobretudo nos idosos. Apesar da melhoria do prognóstico associada à terapêutica, o risco de re-internamento e morte permanece elevado e o impacto económico é significativo.1

O ajuste da terapêutica e a decisão da alta nos doentes com IC baseia-se na avaliação clinicolaboratorial e na gravidade da disfunção ventricular. O peptídeo natriurético tipo B (BNP) é libertado pelo ventrículo em resposta a sobrecargas de volume e/ou pressão.2 Os seus níveis séricos correlacionam-se, de forma independente, com a capacidade funcional e a pressão de encravamento pulmonar e podem ser modificados pela terapêutica.3-5 Diversos estudos demonstraram que, nos doentes internados por IC descompensada, valores mais elevados de BNP (porção carboxilada) ou de NT-proBNP (porção aminada) se correlacionam com maior risco de re-internamento ou morte após a alta hospitalar.4-9 Desta forma, a sua avaliação nos doentes internados com IC poderá complementar a sua abordagem.

O objectivo deste estudo foi avaliar o valor prognóstico do NT-proBNP na prática clínica, analisando de que forma os seus valores se correlacionam com o risco de re-internamento ou morte nos seis meses após a alta hospitalar.

Foram retrospectivamente avaliados os doentes internados por IC descompensada, no Departamento de Medicina do Hospital de São João, entre Novembro 2002 e Abril 2004, com pelo menos duas avaliações séricas de NT-proBNP (nas 24 horas após a admissão e antes da alta). Considerou-se descompensação de IC, o agravamento de pelo menos uma classe de New York Heart Association (NYHA). A determinação dos valores de NT-proBNP foi efectuada por método de quimioluminescência (RocheDiagnostics®).

Os doentes foram seguidos até seis meses após a alta hospitalar (124 ± 67 dias), através de contacto telefónico e consulta de registo clínico. O objectivo primário foi o re-internamento ou morte. O tempo para ocorrência do evento foi utilizado para a análise da sobrevida.

Foram incluídos 304 doentes, com as seguintes características: 72.7 ± 11.6 anos, 53.9% mulheres; etiologia isquémica: 49.3%; hipertensão: 54.2%; diabetes: 44.3%; fibrilhação auricular: 45.8%; NYHA classe III e IV: 39.1 e 56.5%, respectivamente; furosemida: 94.1%; i-ECA: 81.3%; bloqueador-beta: 41.3%; espironolactona: 31.6%. Foi efectuado ecocardiograma em 73.7%. A maioria dos doentes (79.3%) apresentava disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (32.2% ligeira a moderada e 20.7% grave).

Os valores de NT-proBNP diminuíram de forma significativa durante o internamento (mediana na admissão = 7 006 e na alta = 3 796 pg/ml, p < 0.001). De acordo com a variação do NT-proBNP, os doentes foram classificados em 3 grupos: 1) Diminuição de pelo menos 30% (n = 162); 2) Variação inferior a 30% (n = 95); 3) Aumento de pelo menos 30% (n = 47). O uso de furosemida foi mais frequente nos doentes com diminuição significativa do NT-proBNP (100% vs. 91.4% no grupo 2 e 1.5% no grupo 3, p < 0.001). Não se verificaram diferenças nas restantes terapêuticas.

Nos 6 meses após a alta hospitalar, 43% dos doentes (n = 131) foram re-internados ou morreram.

Na análise univariada, as variáveis que se correlacionaram de forma significativa com o prognóstico foram: NT-proBNP à data de alta (superior à mediana: RR = 2.72; IC95% = 1.89-3.92), variação do NT-proBNP durante o internamento (grupo 2 vs. 1 RR = 2.28; IC95% = 1.52-3.42; grupo 3 vs. 1 RR = 4.82; IC95% = 3.11-7.49), insuficiência renal (creatinina > 2 mg/dl: RR = 1.65; IC95% = 1.07-2.53) e uso de i-ECA (RR = 0.59; IC95% = 0.39-0.89). Os valores de NT-proBNP na admissão não se correlacionaram com o prognóstico.

Após ajuste dos dados para classe de NYHA à data de alta, pressão de pulso, função sistólica do ventrículo esquerdo (FSVE), insuficiência renal, anemia (Hgb < 12 g/dl) e uso de i-ECA, apenas o NT-proBNP à data de alta e a sua variação no internamento permaneceram factores de prognóstico independentes (NTproBNP à data de alta superior à mediana: RR = 2.02; IC95% = 1.28-3.20; variação do NT-proBNP: grupo 2 vs. 1 RR = 2.24; IC95% = 1.37-3.66; grupo 3 vs. 1 RR = 3.85; IC95% = 2.24-6.63).

Nos doentes internados por insuficiência cardíaca, o NT-proBNP na data de alta e a sua variação durante o internamento correlacionam-se com o re-internamento ou morte de causa cardiovascular, nos seis meses subsequentes. Níveis séricos mais elevados e uma diminuição inferior a 30% associam-se a pior prognóstico.

Este estudo corrobora e amplifica os resultados previamente descritos em relação ao valor do NT-proBNP como factor de prognóstico na IC descompensada, e demonstra a sua potencial utilidade e aplicação na prática clínica.

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