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CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE LÍPIDES E APOLIPOPROTEÍNA B EM RECÉM-NASCIDOS
(especial para SIIC © Derechos reservados)
Autor:
Raul Cavalcante Maranhão
Columnista Experto de SIIC

Institución:
Instituto do Coração

Artículos publicados por Raul Cavalcante Maranhão 
Coautor Jane Oba* 
Instituto do Coração - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil*


Recepción del artículo: 0 de , 0000
Aprobación: 9 de octubre, 2006
Conclusión breve
Esse estudo determinou as concentrações de lípides plasmáticos e de apo-B de neonatos de uma cidade do sul do Brasil e a influência da maturidade fetal e do peso ao nascer sobre esses parâmetros. A maturidade fetal influenciou esses valores, mas o peso ao nascer não teve efeito nesses parâmetros.

Resumen



Clasificación en siicsalud
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Especialidades
Principal: CardiologíaPediatría
Relacionadas: BioquímicaDiagnóstico por LaboratorioEndocrinología y MetabolismoEpidemiologíaNutrición

Enviar correspondencia a:
Jane Oba, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, FMUSP, Universidade de São Paulo, 04508-031, São Paulo, Brasil



CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE LÍPIDES E APOLIPOPROTEÍNA B EM RECÉM-NASCIDOS

(especial para SIIC © Derechos reservados)
Artículo completo
A doença arterial coronariana é a principal causa de morbi-mortalidade na população adulta no Ocidente As seqüelas clínicas da aterosclerose geralmente ocorrem na idade adulta, porém vários estudos experimentais e clínicos mostraram que essas lesões podem iniciar na infância. As importantes observações de McGill e McMaham mostram a progressão das estrias gordurosas, as lesões iniciais da aterosclerose, em aorta de crianças e coronárias de adolescentes. A transição de estrias gordurosas para placas ateroscleróticas, observadas em jovens a partir dos 25 anos de idade é associada com o aumento nas concentrações séricas de LDL-C (low-density lipoprotein cholesterol) e VLDL-C (very-low-density lipoprotein cholesterol) e diminuição de HDL-C (high-density lipoprotein cholesterol).
A idade gestacional tem importante efeito sobre a concentração dos lípides séricos e de apoliproteínas nos neonatos, pois com o aumento da maturidade fetal, as concentrações de colesterol total diminuem, enquanto as de triglicérides aumentam. Baixo peso ao nascer associado à prematuridade, e alterações do crescimento intrauterino, independente da idade gestacional, podem estar associados a concentrações séricas aumentadas de colesterol total e de apolipoproteína B (apo-B).
Foram estudados 212 neonatos, de uma cidade do sul do Brasil, sendo 107 do sexo feminino e 105 do sexo masculino. Foram incluídos somente neonatos a termo (?37 semanas de gestação) e pré-termo (<37 semanas), de ambos os sexos, de parto normal e cesáreo, sem malformações evidentes e sem complicações perinatais.
Após o nascimento todos neonatos foram pesados e distribuídos de acordo com a idade gestacional em a termo e pré-termo. Posteriormente os neonatos foram classificados em dois subgrupos, com base no peso ao nascer: Pequenos para a idade gestacional (PIG), quando o peso foi menor que o percentil 10, ajustado para a idade gestacional e adequado para a idade gestacional (AIG), quando o peso permaneceu entre os percentis 10 e 90, segundo os critérios de Alexander et al.
A coleta das amostras de sangue dos neonatos foi realizada através de punção da veia do cordão umbilical com retirada de 6 ml de sangue, na extremidade proximal aos neonatos, imediatamente após o clampeamento do cordão, para evitar possível contaminação com sangue materno. As concentrações de colesterol total, de LDL-C, de HDL-C e de triglicérides (TG) foram determinadas no soro das amostras. Em 130 neonatos foi determinada também a concentração sérica da apoliproteína B (apo-B).
As concentrações de LDL-C foram calculadas pela equação de Friedewald, também utilizadas em neonatos. Os ensaios para apo-B foi realizado por nefelometria.
As diferenças entre os grupos neonatos a termo e pré-termo, e os subgrupos AIG e PIG foram calculadas utilizando-se análise de variância para cada valor de concentração sérica, com nível de significância estatística p < 0,05.
Do total da população de 212 neonatos, 77% eram a termo e 33% pré-termo; quanto a adequação do peso para a idade gestacional 85% eram AIG e 15% eram PIG. Os valores de CT, LDL-C, HDL-C e apo-B foram maiores nos neonatos pré-termo do que nos neonatos a termo (p<0,0001). Inversamente, os valores de triglicérides foram menores nos neonatos pré-termo do que nos neonatos a termo (p < 0,0018).
Quanto às concentrações séricas de colesterol não houve diferenças quanto ao sexo, tanto entre os neonatos a termo (sexo masculino 70±28; sexo feminino 66±28, p>0,05) quanto entre os neonatos pré-termo (sexo masculino 80±43; sexo feminino 78±40, p>0,05). O peso ao nascer não influenciou os valores de colesterol total, colesterol de LDL e HDL, de triglicérides e de apo-B, tanto entre os neonatos a termo quanto entre os neonatos pré-termo.
Os valores de colesterol total, de LDL-C, de HDL-C e de triglicérides encontrados foram semelhantes aos descritos por outros pesquisadores em diferentes populações de neonatos de outros países. As concentrações séricas de colesterol total e frações e triglicérides, obtidas, foram acentuadamente baixas, quando comparadas aos valores de referência para crianças na idade escolar e adotados no Brasil pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. É descrito na literatura que os níveis séricos do perfil lipídico aumentam drasticamente durante a primeira semana de vida, dessa forma, os valores médios de colesterol total aumentam de 70 mg/dL para 150 mg/dL, os de LDL-C de 30 mg/dL para 100 mg/dL e os de triglicérides de 32 mg/dL para 58 mg/dL. Após o primeiro ano de vida, esses valores aumentam lentamente e, por volta dos dois anos de idade alcançam valores próximos aos observados em adolescentes e adultos. Por esse motivo, os neonatos apresentam um perfil lipídico peculiar, quando comparados com lactentes, crianças ou adolescentes.
O colesterol total dos neonatos, apenas 34% corresponde à fração LDL-C e mais da metade (56%), corresponde ao colesterol presente na fração HDL-C. É interessante observar, através dos valores de referência internacionais para crianças maiores de dois anos de idade e adolescentes, que a razão LDL-C/HDL-C é 1,7, muito diferente dos neonatos, bem como o colesterol da fração LDL-C, que é aproximadamente o dobro (70%).
A dosagem de apo-B em neonatos a termo e pré-termo, também foi muito baixa, quando comparada com valores de referência para crianças maiores de dois anos. A tendência de sua concentração ser mais baixa na população estudada acompanhou os baixos níveis da fração LDL-C na circulação e a relação LDL-C/apo-B nos neonatos a termo e pré termo foi 0,7, semelhantes com as descrições da literatura.
O colesterol total foi maior nos neonatos pré-termo em relação aos a termo. Inversamente, os valores de triglicérides foram maiores nos a termo em relação aos pré-termo, observando-se uma tendência divergente nos valores de colesterol total e frações e triglicérides. Esta variação é atribuída ao consumo de nutrientes, especialmente gordura, para a aceleração do crescimento fetal próximo ao nascimento.
O fato de o neonato ser pequeno ou adequado para a idade gestacional não influenciou o perfil lipídico nesses resultados. Essa característica é polêmica na literatura, porque alguns trabalhos correlacionam a prematuridade e baixo peso ao nascer à maior incidência de doença arterial coronária nos adultos, que por sua vez pode ter relação com o perfil lipídico ao nascimento. Entretanto, são hipóteses que necessitam de estudos mais controlados.
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